quinta-feira, julho 26, 2012

Fragilidade do entendimento

Senhoras e senhores,
existe de verdade esse tal de amor sereno?
Por favor, me apresente. Necessito compreender
a pétala dessa rosa que é a mansidão entre cônjuges.
É o pesar de desentendimentos que me circunda...
Horas menos, horas mais, intenso, sonolento,
acordado, redundante, capcioso, emocional.

Forte como sou, a opinião brota em palavras e lágrimas, bem do fundo.
Fico então permeada de palavras que correm soltas, ou amarradas,
mas sempre presentes ao desagrado.
E a fragilidade do entendimento faz-se gelo, faz-se fogo, faz-se ar.

Aqui sempre viveu alguém de grande expressão,
corporal, labial, mental, sexual.
Tentativas frustradas de disfarce só mostram

minha incompetência para o não dito de sim
e o sim dito de não, craqueados e rachados
já que tangem a verdade do "local certo".


E assim faz-se mulher, e assim faz-se menina, e assim faz-se criança,
aquela que ingenuamente se vê forçada a fazer o que os pais querem:
Sem choro menina, levanta-te! Aqui não te chateias, não tens opinião,
aqui se agrada, afaga, traga, se zaga, se paga. Acaba?

Mas por favor, meu senhor, me mostre aqui o caminho do esclarecimento.
Aquele lindo casal que não briga e é feliz. Aqueles dois que convivem

sem choque térmico mental e associativo, eivado de ação e sentimento.

Desabafo aqui já que a escrita me acalenta, a emoção já não me toma,

a razão se apresenta, e vem com carinho se aproximando.
Obrigada você que me faz companhia com seu silêncio,
assim com as estrelas que olham, e só olham, quando raro piscam.